16 de Março de 2018

Comissão Especial de Combate à Obesidade Infantil da Assembleia Legislativa faz audiência em Guaíba


Comissão Especial de Combate à Obesidade Infantil da Assembleia Legislativa faz audiência em Guaíba

Profissionais de educação e de saúde formaram a maioria no público presente na audiência pública da Comissão Especial de Combate à Obesidade Infantil da Assembleia Legislativa do estado realizada na noite de quarta-feira (14) no plenário da Câmara Municipal de Guaíba. Entre outras autoridades, estiveram presentes os vereadores Juliano Ferreira (PR), Arilene Pereira (PTB), Fernanda Garcia (PTB), Bento do Bem (PMDB) e o presidente da Câmara, Dr. Renan Pereira (PTB).

O presidente da Comissão Especial, deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB), ressaltou que a obesidade é a segunda causa de entrada no SUS, e que a doença está relacionada ao modo de vida moderno, em que o sedentarismo e a alimentação altamente processada fazem parte do cotidiano da população, e até a insegurança interfere no problema.

O profissional de educação física, Roberto Fernandes da Costa, afirmou que é fundamental que os pais deem bons exemplos, já que os filhos seguem o modelo. O coordenador do Previna - Grupo de Pesquisa em Prevenção Cardiovascular na Infância e Adolescência – do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Marcos Paulo Camboim, afirmou que estudos indicam que, nos próximos dez anos, o Brasil será o país com o maior número de obesos. “Não precisa dinheiro para ter uma pratica de exercícios. Existe uma série de atividades que podem ser feitas sem precisar tênis de marca ou academia”.

A Coordenadora Regional da 12ª CRE, Vera Lúcia da Silva Almeida, cobrou responsabilidade dos professores de educação física, que segundo ela, “muitas vezes soltam uma bola e deixam os alunos jogando”. A resposta veio da Presidente do Conselho Estadual de Educação Física, Carmen Rosane Masson, que afirmou que cabe às CREs um plano didático para os professores cumprirem conforme a série escolar, e disse que os profissionais de educação física deveriam ter assento nos Conselhos de Saúde. “Não temos políticas públicas para a prática de atividades físicas e esportivas, mas cabe à Secretaria cobrar dos professores um plano didático”, declarou. Ela lembrou ainda que há décadas, crianças magras eram sinônimo de pobreza. “Hoje, crianças pobres são obesas, pois comprar uma bolacha recheada é mais barato do que comprar uma fruta”, lamentou.

O projeto apresentado pelo deputado prevê a realização de avaliação antropométrica para verificação do estado nutricional e triagem de risco para doenças crônicas não-transmissíveis nos alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio das escolas do Estado.

A proposta determina que as escolas deverão realizar, nos primeiros 30 dias de cada ano letivo, de forma individualizada, a avaliação constituída de medidas de massa corporal, estatura e circunferência abdominal. Com base nos dados obtidos, a instituição alimentará o cadastro de obesidade infantojuvenil, identificando os alunos com baixo peso, sobrepeso e obesidade.

Ao todo, 87 pessoas increveram-se para o debate, entre professores, orientadores educacionais e acadêmcios de diversas áreas que contribuíram para a troca e fomento de ideias e proposições. Guaíba foi a primeira cidade a receber a audiência pública da Comissão Especial, que terá ainda debates por mais dez cidades do estado. 

As informações de cada encontro deverão ser remetidas às Coordenadorias Regionais de Educação e de Saúde da respectiva área geográfica em que a escola estiver instalada. Os dados de cada escola serão unificados pelo estado.

Texto: Felipe Chemale / Foto: Pablo Reis 

 

 

 

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